A história do xadrez tem origem controversa, mas é possível afirmar que o jogo foi inventado na Ásia. Atualmente, a versão mais aceita e amplamente difundida é a de que ele teria surgido na Índia com o nome de chaturanga e dali se espalhou para a China, Rússia, Pérsia e Europa, onde se estabeleceram as regras atuais. Entretanto, pesquisas recentes indicam uma possível origem na China do século III a.C., na região entre o Uzbequistão e a Pérsia antiga (atual Irã).
Um dos primeiros registros literários sobre o xadrez é o poema persa Karnamak-i-Artakhshatr-i-Papakan, escrito no século VI, e, a partir desta época, sua evolução é melhor documentada e amplamente aceita no meio acadêmico. Após a conquista da Pérsia pelos árabes, estes assimilaram o jogo e o difundiram no ocidente, levando-o ao norte da África e Europa e até as atuais Espanha e Itália por volta do século X, de onde se expandiu para o resto do continente chegando até a região da Escandinávia e Islândia. No oriente, o xadrez se expandiu a partir da sua versão chinesa, o Xiangqi, para a Coréia e Japão também no século X.
Por volta do século XV o jogo estava amplamente difundido pelo velho continente e, dentre as variantes existentes do jogo, a européia foi a que mais se destacou, devido à rapidez proporcionada pela inclusão da Dama e do Bispo. Apesar de já existir literatura anterior sobre o xadrez na época, foi neste período que começaram a surgir as primeiras análises de aberturas em virtude das novas possibilidades do jogo.
As partidas começaram a ser registradas com maior frequência e mais estudos da teoria foram publicados. No século XVIII foram fundados os primeiros clubes para a prática do xadrez e federações esportivas na Europa, e em decorrência do grande número de pequenos torneios acontecendo por todo o continente, em 1851 foi realizado o primeiro torneio internacional em Londres. A popularidade das competições internacionais levou à criação do título de campeão mundial, vencido por Wilhelm Steinitz em 1886, e, em 1924, é fundada a Federação Internacional de Xadrez (FIDE), em Paris, que organiza a primeira Olimpíada de Xadrez e o mundial feminino, vencido por Vera Menchik.
Com a popularização dos computadores ao fim da década de 1950, começam a surgir os primeiros programas que jogam xadrez, que acompanharam a evolução do processamento de informação e introduziram o jogo na era moderna com competições on-line e acesso facilitado às análises das partidas.
A Lenda de Sissa
Um Rajá indiano (sultão), que vivia extremamente aborrecido ordenou que se organizassem um concurso, em que seus súditos apresentariam inventos para tentar distraí-lo. O vencedor do concurso poderia fazer qualquer um sábio de nome Sissa. Apresentou este ao sultão um jogo maravilhoso que acabará de inventar: o xadrez. Entusiasmado com o jogo, o sultão ofereceu ao sábio a escolha de sua própria recompensa. Sissa disse: que teus servos ponham um grão de trigo na primeira casa do tabuleiro, dois na Segunda, quatro na terceira, oito na Quarta, e assim sucessivamente, dobrando sempre o número de grãos de trigo até a sexagésima quarta casa do tabuleiro. O sultão concordou com o pedido, pensando que alguns sacos de trigo bastavam para o pagamento.
Sua alegria, porém durou somente até que seus matemáticos trouxeram os resultados de seus cálculos. O número de grãos de trigo era praticamente impronunciável.Para recompensar Sissa seriam necessários exatamente 18.446.744.073.709.551.615
grãos de trigo. (Onde esta quantidade de grãos de trigo cobriria todo o Paraná com uma altura de mais de 2 metros). Observando a produção de trigo da época, seriam necessários exatamente 61.000 anos para o pagamento de Sissa.Incapaz de recompensar o sábio, o sultão nomeou SISSA primeiro-ministro, retirando-se em seguida para meditar, pois o xadrez ensina a substituir o aborrecimento pela meditação.
Sentia-se feliz porque:
· O tédio havia desaparecido de sua vida;
· Ficaria aliviado das preocupações do governo ao nomear um sábio para primeiro-ministro.
· Podia legar a Humanidade o mais belo dos jogos: O XADREZ.
O Chaturanga difundiu-se a partir da Índia para a China, Coréia e Japão, e ainda para a Rússia, de onde atingiu a Escandinávia, a Alemanha e a Escócia. Mas a forma como o Xadrez é conhecido no Ocidente deriva da evolução que sofreu ao longo de um outro itinerário de difusão. Segundo o poeta persa Firdusi, o Xadrez teria penetrado na Pérsia por 531-579 dC., sendo seu nome corrompido em chatrang, e depois em shatranj pelos árabes, que o tomaram dos persas. Depois de ter passado aos árabes, estes difundiram o jogo na Europa, cerca do século X e mesmo antes, diretamente, como no caso da Espanha, indiretamente como provavelmente na Itália passou à França e daí à Escandinávia e Inglaterra.
Nos séculos XV e XVI são fixadas as regras do atual jogo. Essa transformação do shatranj em Xadrez moderno realizou-se primeiro em França, seguindo depois provavelmente para a Espanha e Itália. O espanhol Ruy López de Sigura, com o Libro de la invención liberal y arte Del juego Del axadrez, de 1561, é o primeiro analista moderno do jogo, explicando em sua obra as antigas e as novas regras do Xadrez. Floresce então a escola espanhola até 1562-1575, quando é suplantada pela escola italiana.
No Café de la Régence, em Paris, que se terá até inícios do século XX o centro do Xadrez francês, começa a constituir-se em meados do século XVIII a escola francesa, sob o impulso de François André Danican (1726-1795), conhecido pelo pseudônimo Philidor, o qual publicou em 1749 a obra Analyse dês échees, que teria numerosas edições e traduções. Os outros expoentes dessa escola, que sucedem Philidor, são A.L.H. Lebretyon Deschapelles (1780-1847) e seu maior discípulos, L.C. Mahé de La Bourdonnais (1797-1840). J.H. Sarrat é o primeiro mentor da escola inglesa, que se constitui no início do século XIX, e cujo predomínio se inicia com Howard Stauton (1810-1874), o qual em 1843 vence o campeão francês Pierre Charles Fournié de Saint-Amant (1800-1873).
Uma nova escola se desenvolve em Berlim por 1830-1840, na qual se descatam Ludivig Blendow (195-1846), Bernard Hortwitz e outros. Na segunda metade do século XIX um dos maiores mestres, é o norte americano Paul Morphy (1837-1884), que venceu aos 13 anos o grande jopgador húngaro Johan Jacob Lowenthal (1810-1876). Mais tarde venceria Adolf Andersen (1818-1879), alemão que derrotara Staunton.
Desinteressou-se do jogo após 1866. O Xadrez é depois dominado pelo grande jogador e teorizador austríaco Wilhelm Steinitz (1836-1900).
No final do século XIX dominam os mestres alemães Emanuel Lasker (1868-1894). Nas primeiras décadas do século XX, destaca-se o grande mestre russo Alxander Alekine (1892-1946). Após a segunda guerra.
Em dezembro de 1986 a FIDE e a UNESCO criam a Comission for Chess in Schools que deverá ter um importante papel na difusão no ensino e na democratização do Xadrez enquanto instrumento pedagógico utilizado nas escolas.
Fontes: Wikipédia e Manual de Xadrez (Idel Becker)
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